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A Economia da medicina alternativa

Foto: piclax.

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Em um pequeno artigo publicado no Smithsonian.com, discutem-se não as propriedades da medicina alternativa, mas os métodos de que se utiliza esta  indústria para a obtenção de lucros e ampliação de mercado.

O tema da medicina alternativa produz opiniões fortes, seja a favor, seja contra. Quem é a favor, claro, acredita honestamente que tais medicamentos surtem efeitos positivos sobre a saúde. Quem se opõe aos métodos alternativos afirma que ou eles não afetam as condições de saúde, ou trazem malefícios. (Ponho entre parentes a possibilidade de um efeito placebo como outro argumento no debate.)

Nos Estados Unidos, cerca de 50% das pessoas dizem já ter feito uso da medicina alternativa, o que dá a esta indústria uma receita anual de US$ 34 bilhões. Apesar desta soma gigantesca, apenas um terço dos medicamentos alternativos já foi testado.

Como reporta o USA Today, a falta de confiança dos cidadãos nas indústrias farmacêuticas convencionais é uma das razões que os dirige a admitir a medicina alternativa como forma de tratamento legítima. Porém, um novo livro de autoria de Paul Offit, chefe do setor de doenças infecciosas do Children’s Hospital of Philadelphia argumenta que a indústria de medicamentos alternativos é tão focada no lucro e nos negócios quanto a convencional.

No livro, Offit salienta que a receita anual de 34 bilhões de dólares citada acima é defendida por ações judiciais e lobby  para a criação de uma legislação que proteja seu mercado. O deputado democrata Henry Waxman disse ao jornal que a indústria da medicina alternativa é “tão forte quanto qualquer outra que eu já vi fazer lobby no Congresso”, e que “Eles querem maximizar seus lucros e querem o mínimo de regulamentação possível”.

Como somente um terço dos medicamentos alternativos é testado, quem vende suplementos, pós ou chás não pode afirmar que estes auxiliam no combate a doenças, e nem ao menos pode garantir a segurança dos produtos.

Offit conclui que todos têm o direito de apostar no tratamento que preferirem, mas quer que os consumidores saibam que estão investindo em uma indústria movida pelo lucro e pelo lobby sem saber se terão resultados positivos, ou mesmo se não irão parar no hospital.

Como você se posiciona no debate? Comente!

2 comments on “A Economia da medicina alternativa

  1. Daniel Marques
    22 de Junho de 2013

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  2. Pingback: Autoridades encontram arsênico em erva medicinal chinesa | Make It Clear Brasil

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